O sistema digestivo conta com inúmeros órgãos que têm propriedades específicas, como o esôfago, o estômago e o intestino. A vesícula biliar é um órgão do sistema digestivo com grande prevalência de patologias. Está localizada na parte superior direita do abdômen, logo abaixo do fígado. Sendo semelhante a uma pêra, este órgão armazena a bile, substância produzida pelo fígado e que contribui para a digestão, principalmente na quebra e absorção da gordura.
Quando falamos em vesícula biliar, automaticamente relacionamos o órgão aos cálculos que se acumulam na região. Popularmente conhecidos como “pedras na vesícula”, eles surgem devido a um desequilíbrio na concentração da bile, o que dá início a formação de cristais. Abaixo, o que causa esta e outras doenças que podem atingir a vesícula biliar.
Câncer da vesícula biliar
Considerado raro, com menos de 150 mil casos no Brasil, o câncer de vesícula biliar é um tipo de tumor maligno que se origina nas células deste órgão e que, nos estágios iniciais, não provoca qualquer tipo de sintoma. Por isso, em muitos casos, é diagnosticado em fases mais avançadas, quando a doença já afetou outros órgãos, como o fígado, provocando diversos sintomas. Diversos estudos apontam que cálculos únicos e grandes podem ser a longo prazo um indutor desta doença maligna.
O principal tipo de tratamento para o câncer de via biliar é a cirurgia, em especial nos casos em que o tumor está localizado, não tendo se disseminado para os órgãos próximos. Também são indicadas a radioterapia e a quimioterapia, de forma isolada ou combinada. Nos casos em que a doença está muito avançada, são aplicados tratamentos paliativos para aliviar os sintomas.
Colecistite
A colecistite é a inflamação da vesícula biliar, podendo ser aguda, com sintomas intensos e de rápida piora, ou crônica, com sintomas mais leves e que se arrastam por semanas a meses. É uma condição comum, tende a afetar mais frequentemente as mulheres do que os homens, e torna-se mais comum com a idade. Na maioria dos casos, a colecistite é causada por um cálculo biliar bloqueando o fluxo da bile da vesícula para o intestino.
A condição geralmente começa de repente, no caso da colecistite aguda, com dor nas áreas superior ou superior-direita da barriga. O tratamento consiste, geralmente, em analgésicos para aliviar a dor e antibióticos. Eventualmente pode ser necessário remover a vesícula biliar cirurgicamente em caráter de urgência. Nos casos crônicos com cálculos existe a indicação de cirurgia para se evitar as complicações, que geralmente são graves. A indicação principal é a cirurgia videolaparoscópica que tem grandes benefícios no tratamento.
Pólipos na vesícula biliar
Um pólipo na vesícula consiste em uma alteração que, em aproximadamente 95% dos casos, é benigna. Porém, há uma pequena chance de ser maligna. Os pólipos entre 5 mm e 8mm devem ter acompanhamento pelo exame de US a cada 6 meses por 2 anos e a cada ano por mais 3 anos para verificar sua estabilização de crescimento, os maiores que 8mm, já tem indicação cirúrgica.
Por não apresentar sintomas, muitas vezes o pólipo na vesícula é descoberto por acidente durante exames de ultrassonografia abdominal e tratamentos para cólicas ou pedras na vesícula, por exemplo. Apesar de em muitos casos não oferecer riscos, o pólipo pode causar câncer na vesícula.
Colangite esclerosante
Com incidência de aproximadamente um caso para 100 mil habitantes, a colangite esclerosante é uma doença crônica no fígado, progressiva, que causa o fechamento e a inflamação dos canais biliares. Esta doença afeta os ductos biliares, dentro e fora do fígado, levando a retenção de bile nas células, o que desencadeia fibrose e posteriormente cirrose.
Sua causa não é conhecida, mas provavelmente está relacionada com o sistema imune do corpo. O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas, alterações laboratoriais, e principalmente, por alteração em exames radiológicos que visualizam várias estenoses dos canais biliares, dentro e ou fora do fígado.
Colelitíase
Mais conhecida como “pedra na vesícula”, a colelitíase é uma doença muito comum, com mais de dois milhões de casos por ano no Brasil. Trata-se da presença de “pedras”, isto é, cálculos no interior da vesícula biliar, devido ao acúmulo de bilirrubina ou de colesterol no local. Causa obstrução da via biliar e pode levar ao aparecimento de alguns sintomas, como dor no estômago, costas, vômitos e suor excessivo, por exemplo. Devemos ressaltar as principais complicações que podem aparecer caso se postergue o tratamento e que são geralmente graves e trágicas: Pancreatite aguda biliar, colecistite aguda, perfuração da vesícula biliar, íleo biliar com obstrução intestinal, além do câncer da vesícula biliar a longo prazo.
Mais de 80% dos pacientes com pedra na vesícula são assintomáticos. O restante apresenta sintomas que variam desde dores características até colecistite e colangite, complicações que cursam com risco de vida. A cólica biliar é o sintoma mais comum.
Como prevenir as doenças que atingem a vesícula biliar?
De forma geral, ou seja, assim como para evitar as diversas doenças citadas neste artigo e as outras que atingem o corpo, é importante avaliar os hábitos de vida. Portanto, considere:
Manter um peso saudável;
Se alimentar corretamente, ingerindo legumes, verduras e frutas;
Praticar atividades físicas de forma regular;
Realizar um check-up médico anualmente.
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